O turismo de luxo
continua a ser uma das fontes de riqueza mais importantes para alguns destinos
europeus, de que Portugal ainda não fará parte.
Mas, se este segmento do turismo global não deve ser
desprezado pelo sector português, deve ter em atenção alguns dados
internacionais - referentes apenas a 2012, dado que os do ano seguinte ainda
não estão disponíveis - e que, de algum modo, vêm contra o que parecem ser
algumas ideias generalizadas.
Assim - e segundo os dados difundidos pela imobiliária
internacional Worx - o mercado de luxo em maior expansão (aquele que procura no
exterior os locais mais exclusivos) é o russo, que em 2012 cresceu cerca de
12,8%. O segundo mercado mais pujante nesta matéria é o japonês (com um
crescimento de 11,1% e só em terceiro lugar surge a China (3,3%) - país
normalmente apontado como o mais promissor para o desenvolvimento do turismo de
luxo na Europa.
Mas o potencial de crescimento está claramente indexado ao
seu peso global. E aí, a Rússia não está numa posição de grande relevo. De
facto, o crescimento apresentado sucede porque a base é pequena: o mercado
russo pesou apenas 1% no segmento global dos turistas que procuram o luxo. O
japão pesa 2,4% e a China já atingiu os 5,2% - o que pode explicar o seu menor
crescimento fase aos dois outros concorrentes.
Outro mercado emergente, a Índia, também está a dar bons
sinais de crescimento: a procura de destinos exclusivistas por parte dos
turistas indianos cresceu 3% em 2012 e já assume um peso global de 3,8%. No
cado do crescimento estão ainda os Estados Unidos da América: 0,5% foi o
crescimento registado - mas aqui o seu peso funciona ao contrário do que se
passa com a Rússia. De facto o peso global dos turistas dos EUA que procuram
destinos exclusivos é de 66,3%! Isto é, dois em cada três turistas que procuram
paragens de luxo são oriundos dos Estados Unidos.
Os que viajam menos
Do lado contrário está ainda um país emergente: o Brasil,
que tem um peso residual no segmento do luxo (1,1%), mas onde o mercado está a
encolher de forma evidente: em 2012, menos 12,1% de brasileiros viajaram para
destinos exclusivos.
Fica sem saber se é um sintoma directo da crise, mas a
verdade é que a procura do turismo de luxo oriundo de turistas europeus não
parece estar a passar pelos melhores dias.
Assim, o mercado italiano reduziu-se 14,3% em 2012 (tendo
agora um peso global de apenas 1,2%), o mesmo sucedendo com os turistas da
maior economia da zona euro, a Alemanha, onde o mercado do turismo de luxo caiu
5,1% (para um peso de 4%).
Só para baralhar os dados, o Reino Unido (8,4% de
crescimento para um peso global de 13,3% e a França (mais 2,1%, para uma marca
global de 1,8%) seguem em sentido contrário. Não será por isso de estranhar
que, em Paris, o valor médio por quarto (de luxo, ou talvez mesmo de super-luxo)
se situe actualmente nos 960 euros, enquanto que em Londres se situa nos 725
euros - o que representa um aumento de 35% desde 2007.
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